As roupas usadas, conhecidas vulgarmente por ‘fardos’, ganharam espaço no guarda-roupa de muitos angolanos e por sinal, dominam o mercado informal. Foi com base à essa experiência que Cássia Séphora, em 2020, fundou a NadaNovo, uma marca de moda circular que ressignifica o consumo e desafia a realidade da industria de moda.
“Cresci a explorar mercados informais e a valorizar roupas que passavam de geração em geração mas, também percebi o preconceito associado às peças em segunda mão. A minha intenção com a NadaNovo é justamente desconstruir essa ideia, mostrando que é possível vestir com estilo, consciência e autenticidade, reaproveitando o que já existe”, explica.
Angolana com raízes congolesas, Cássia é estudante da área de Tecnologia e Logística e tem oito anos de experiência na área de comunicação. Nas vestes de Directora Criativa da NadaNovo, conta que o processo criativo começa pela selecção de peças em segunda mão com potencial, encontradas nos mercados informais de Luanda e na África do Sul. Em seguida, dá-se início ao trabalho de curadoria, ajustes e aplicação dos detalhes que devolvem vida às peças.
Na NadaNovo, nenhuma peça de roupa é realmente nova. Porém, “acreditamos na TRANSPARÊNCIA em cada etapa do processo, na INOVAÇÃO que mistura o passado ao presente, e na SUSTENTABILIDADE como prática diária, reinventando peças para prolongar a sua vida útil. Também assumimos um compromisso real com o IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL, ao reduzir o desperdício e valorizar quem está connosco em cada etapa do processo”.
Mais do que uma marca de moda, a NadaNovo é um movimento que transforma o consumo em consciência. Para quem desejar comtemplar a beleza de cada peça da marca, vale a pena acompanhar o trabalho e descobrir o valor do que (aparentemente) já teve dono.
Redatora: Janeth Cabeia


Data: 5 de Junho de 2025